Saturday, March 29, 2008
Friday, March 28, 2008
As boas e as más perguntas
O editorial de José Manuel Fernandes [JMF] hoje no "Público" contém questões importantes a que a lei do PS sobre o divórcio deve saber responder na sua versão final. Não só não podemos deixar de falar de "deveres" no casamento - pelo que só ficariam os "direitos"; mas se há "direitos", então tem que haver deveres da outra parte, logicamente, senão andamos só a brincar às palavras - como o princípio orientador que o editorialista invoca - o «legislador [deve] tratar de proteger o elo mais fraco num contrato» - é de bom senso. Sabendo que muitas vezes o elo mais fraco (financeira/laboralmente falando, claro) nesta relação costuma ser a mulher - como Vasco Pulido Valente também lembra com oportunidade -, é preciso acautelar situações que ameacem deixar desprotegido aquele que é o elemento com menos autonomia social e económica.
É pena que JMF não veja o mesmo princípio - o da protecção dos mais fracos - como válido para julgar outras leis ou outros contratos, como, por exemplo, na esfera laboral, onde as pessoas, por norma, não se podem dar ao luxo de deixar de entrar - ao contrário do casamento, que, afinal de contas, «ninguém é obrigado a celebrar».
Por outro lado, há coisas que é difícil ler sem perder a calma, como as palavras do bispo D.Jorge Ortiga ao DN, que afirma que «[n]ão há amor sem sofrimento e sem dor», ou do padre Duarte da Cunha, que critica nesta lei uma «sentimentalização excessiva do amor». A única pergunta que me apetece fazer é: quem são estes senhores para vir ditar leis sobre o que o amor é ou devia ser? Sabem eles realmente do que falam? O que interessa para a vida real a sua interpretação escolástica do "conceito"?
É pena que JMF não veja o mesmo princípio - o da protecção dos mais fracos - como válido para julgar outras leis ou outros contratos, como, por exemplo, na esfera laboral, onde as pessoas, por norma, não se podem dar ao luxo de deixar de entrar - ao contrário do casamento, que, afinal de contas, «ninguém é obrigado a celebrar».
Por outro lado, há coisas que é difícil ler sem perder a calma, como as palavras do bispo D.Jorge Ortiga ao DN, que afirma que «[n]ão há amor sem sofrimento e sem dor», ou do padre Duarte da Cunha, que critica nesta lei uma «sentimentalização excessiva do amor». A única pergunta que me apetece fazer é: quem são estes senhores para vir ditar leis sobre o que o amor é ou devia ser? Sabem eles realmente do que falam? O que interessa para a vida real a sua interpretação escolástica do "conceito"?
Wednesday, March 26, 2008
Tuesday, March 25, 2008
Prémio Ignóbil
Depois do vídeo do Youtube da semana passada sobre o que se passou na Escola Secundária Carolina Michaelis - onde no final dos anos 80, aliás, fiz o 8.º e o 9.º ano de escolaridade -, muito se escreveu sobre a "violência na escola".
Nestas coisas, as opiniões bárbaras superam sempre as análises equilibradas de um tema difícil - difícil de analisar e difícil de resolver.
Mas acho difícil alguém bater este extraordinário - em termos do ridículo a que chega e da demagogia que usa - artigo de Mário Crespo.
Nestas coisas, as opiniões bárbaras superam sempre as análises equilibradas de um tema difícil - difícil de analisar e difícil de resolver.
Mas acho difícil alguém bater este extraordinário - em termos do ridículo a que chega e da demagogia que usa - artigo de Mário Crespo.
Thursday, March 20, 2008
«É o estalinismo, estúpido!»
Quem lê os editoriais do 'Público' com alguma regularidade deve achar que Portugal caminha perigosamente para algo próximo da URSS. José Manuel Fernandes (JMF) tem mesmo um problema com o "estalinismo", o "bolchevismo", o "socialismo científico" e, claro, obviamente, naturalmente, a "Revolução Francesa".
JMF podia era lidar um pouco melhor com esse problema, em vez de distribuir semelhantes epítetos dia-sim-dia-não a quem não segue as políticas que o director do 'Público' - ou os seus superiores (estalinistas?) - prefere(m). Quando discorda de alguma coisa, a sua explicação é simples: é o estalinismo, estúpido.
O que é esforço de coordenação de energias e acções no exercício da responsabilidade política para uns, pode ser sempre 'estalinismo' para outros. Basta viver obcecado em encontrar indícios de que o crime foi cometido.
Eu aposto que a redacção do 'Público' funciona em auto-gestão. E se calhar é isso mesmo que explica erros (ou mentiras?) como este.
JMF podia era lidar um pouco melhor com esse problema, em vez de distribuir semelhantes epítetos dia-sim-dia-não a quem não segue as políticas que o director do 'Público' - ou os seus superiores (estalinistas?) - prefere(m). Quando discorda de alguma coisa, a sua explicação é simples: é o estalinismo, estúpido.
O que é esforço de coordenação de energias e acções no exercício da responsabilidade política para uns, pode ser sempre 'estalinismo' para outros. Basta viver obcecado em encontrar indícios de que o crime foi cometido.
Eu aposto que a redacção do 'Público' funciona em auto-gestão. E se calhar é isso mesmo que explica erros (ou mentiras?) como este.
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Tuesday, March 11, 2008
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