Wednesday, July 25, 2007

Policy vs. politics

A imprensa e a oposição à direita - em particular o PSD - vivem cada vez mais da exploração dos casos - uns delicados, outros apenas exagero desmesurado - do que os anglo-saxónicos, sabiamente, afirmam pertencer ao domínio da politics, o da luta política quotidiana, onde vale mais ou menos tudo. A policy, essa, o espaço das orientações e objectivos estratégicos da política, fica sempre para segundo plano. Isto não é necessariamente estranho nem totalmente negativo: o que se faz - e como se faz - no dia-a-dia conta, e a pressão mediática tem destas coisas. Chama-se, afinal de contas, democracia. Mas convém não perder de vista o domínio da policy, sob pena de toda a discussão ficarmos reféns do que, sem termos presente um sentido do objectivo e do significado real da política, pode acabar na mais decadente intriga.

5 comments:

CLeone said...

Pois, a questõ é apra quê usar politics para anunciar policy - mais a mais, de forma mal feita...

Hugo Mendes said...

Hmmmm, isso num certo sentido é inevitável. A espiral alimentada pelos dois lados - o governamental e o mediático - é muito forte, e o cinismo, se quiseres, também alimenta o cinismo, e o jogo às tantas torna-se completamente perverso - e não vale a pena dizer que é o mais "culpado", porque aqui não há inocentes. Que isso seja o ABC de um certo jornalismo quotidiano, eu até compreendo - e por arrasto de quem, entre os actores políticos, está interessado na exploração destas coisas. Num certo sentido, tudo isto é mais é menos inevitável. Só acho que seria bom que uma fatia de gente atenta não se deixesse levar por questões que deviam ser laterais.

CLeone said...

De acordo (acordo também extensível ao comentário no post anterior). E não sei se a história da mocidade portuguesa, tc tb não cai em cima de quem a diz, uma coisa é falar das questões laterais outa é levar-se por elas. Ontem, p ex, os 2 jornalistas da SIC fizeram uma entrevista de politics sem nexo, mas pareceu-me que foi mais pelas audiências do que por convicção.
Parece-me é que isto não vai parar por aqui, infelizmente

O milionário vagabundo said...

Defacto é vergonhoso a maneira como se explora "as falhas dos outros" em vez dos pontos favoráveis a cada politico ou candidato. E de tods destaco dois "maestros" a fazê-lo: Marques Mendes e Jerónimo de Sousa. É a politica da coscuvelhisse em vez do progresso.

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CLeone said...

Voltando ao tema: o PR fez politics com o caso da directora cessante do MNAA; mas o significado é relevante para a policy: a partir de agora, o PR está na oposição declarada.