Quando os candidatos do Partido Democrata se referem aos problemas económicos do país, parece que as desigualdades que merecem real atenção se resumem ao gap crescente entre a middle class e os hiper-ricos - os tais que têm comprado os taxs cuts com que a Administração Bush os tem confortado ao longo deste anos. A classe média está falling behind, dizem-nos; a mobilidade ascendente, esse mito tão americano, está bloqueada. Isto é verdade.
Mas, com a excepção de algumas referências de John Edwards ao problema da pobreza persistente, os candidatos falam muito pouco daquela que Gunnar Myrdal em 1963, no seu clássico Challenge to Affluence - que pintava o futuro da economia americana em tons escuros, antecipando a sua incapacidade para lidar com a futura (hoje actualíssima) vaga de desindustrialização que iria abanar o aparelho produtivo nas décadas seguintes - descreveu como aquela «unprivileged class of unemployed, unemployables and underemployed who more and more hopelessly set apart from the nation at large and do not share in its life, its ambitions and its achievements».
Em campanha eleitorial, porém, nada disto é de estranhar. Os mais pobres praticamente não votam; nem fazem donativos para campanhas. No dia em que o fizerem, como diz o outro, é porque provavelmente deixaram de ser pobres.
Wednesday, January 23, 2008
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3 comments:
Tens que meter um sistema de trackback para seguir as minhas respostas - e as de outros - aos teus posts.
- João
É melhor tratares tu disso, João. Do spread e disso.
É isso mesmo, Mariana.
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