Seattle'91, para alguns, é mais marcante que Seattle'99, o simbólico ano dos protestos contra a Organização Mundial do Comércio. O motivo é simples e escreve-se com duas palavras: Pearl Jam, banda que dá um fantástico impulso ao movimento grunge - género cujas letras e música são feitas dessa explosiva mistura de revolta, dor e solidão - em 1991 com esse genial álbum que é "Ten". Houve um tempo, há cerca de 15 anos, que 'Alive', 'Jeremy' e 'Black' faziam parte do meu stapple musical quotidiano. Depois, aos poucos, fui perdendo o rasto à banda, não sem um amargo sabor a self-betrayal.
Hoje à noite os Pearl Jam actuaram em Lisboa no "Alive Festival", que decorre até domingo no Passeio Marítimo de Algés, naquela que foi, se não estou em erro, a sua 4ª presença em Portugal. Como nunca os tinha visto ao vivo, resolvi cometer uma pequena loucura: pagar 45 euros, atirar o trabalho que tinha que fazer para a longa madrugada, esperar várias horas em pé, aturar as macacadas dos inenarráveis Blasted Mechanism e dos barulhentos e insuportáveis Linkin Park antes de poder ouvir Eddie Vedder e companhia, pouco antes da meia-noite. O ataque de nostalgia não compensou o ataque de amnésia, nem o consequente ataque de inveja quando reparei que a maioria dos miúdos, ao contrário de mim, sabia todas as letras de cor.
Não faz mal. Paguei uma dívida que tinha para com a minha adolescência. E, felizmente, a letra de 'Black', essa música capaz lançar qualquer um na mais miserável espiral de demência, não havia esquecido:
Hey...oooh...
Sheets of empty canvas
Untouched sheets of clay
Were laid spread out before me
As her body once did
All five horizons
Revolved around her soul
As the earth to the sun
Now the air
I tasted and breathed
Has taken a turn
Ooh and all I taught her was everything
Ooh I know she gave me all that she wore
And now my bitter hands
Chafe beneath the clouds
Of what was everything
Oh the pictures have
All been washed in black
Tattooed everything
I take a walk outside
I'm surrounded by
Some kids at play
I can feel their laughter
So why do I sear
Oh, and twisted thoughts that spin
Round my head I'm spinning
Oh, I'm spinning
How quick the sun can, drop away...
And now my bitter hands
Cradle broken glass
Of what was everything
All the pictures had
All been washed in black
Tattooed everything
All the love gone bad
Turned my world to black
Tattooed all I see
All that I am
All I'll be
... Yeah Uh huh...uh huh...ooh...
I know someday you'll have a beautiful life
I know you'll be a star
In somebody else's sky
But why
Why
Why can't it be
Why can't it be mine
yeah yeah
we- we belong
we belong together together oooh ooh
we- we belong we belong together oh yeah
1 comment:
Nunca gostei dos Pearl Jam para grande pena minha. É uma banda da qual gostaria de gostar.
Admiro o teu estoicismo perante os Linkin Park e os Blasted Mechanism!
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